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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Da teoria pedagógica à pratica na sala de aula

O acesso à informação está praticamente universalizado. Na sociedade do conhecimento, já é evidente que a aprendizagem superou o ensino. Retransmitir informações não é mais papel do professor, uma vez que nem ele nem a instituição de ensino são mais detentores exclusivos do conhecimento. Aliás, algumas outras fontes já o disponibilizam de forma bem mais eficaz.

O que fica evidente é que se a instituição de ensino ainda não privilegiou a aprendizagem, terá de adotar providências nesse sentido, o mais breve possível. Afinal, o tempo não espera, e, muito menos perdoa o vacilo.

Recentemente, postamos o artigo “Uma alternativa de caminhada pedagógica para a educação brasileira”. Nele, procura-se demonstrar a movimentação acadêmica e pedagógica que vem sendo preconizada na Unisul, como uma referência ilustrativa desse movimento.

Mas, o fato é que ainda é comum ouvir afirmações de professores, como esta: "Eu ensinei, não tenho culpa que ninguém aprendeu". Esse mesmo professor, após essa afirmação, em entrevista com o eminente consultor educacional - Ryon Braga, presidente da Hoper Educação, vangloriou-se de ter reprovado em sua disciplina, 65% de seus alunos.

O episódio acima demonstra que estamos frente ao contraditório entre as tendências mundiais de evolução social, das teorias pedagógicas e as práticas ainda vivenciadas nas salas de aulas. Por certo, esse professor ainda não compreende o novo momento que vivemos na educação no Brasil e no mundo.

Resta definir, de fato, qual o papel da educação e do educador na sociedade contemporânea.

O que interessa efetivamente é o quanto o aluno realmente aprende. A responsabilidade do professor não pode ser com o ensino, sim, com a aprendizagem.

Para isso, o professor precisa compreender que a aprendizagem é um processo. Nele, o circunstancial é o conteúdo adequado aos diferentes estilos cognitivos e à contextualização, o círculo de vida do aluno.

Reside aí, o fator crítico de sucesso de propostas pedagógicas como as em desenvolvimento na Unisul.

Há características marcantes entre a sociedade do conhecimento e a sociedade da informação. Cabe ao educador, nesse novo contexto, aprofundar a compreensão da informação e, juntamente com seus alunos, transformá-la em conhecimento aplicado à solução de problemas distintos. Interessa desenvolver, ou proporcionar a capacidade de aprender rapidamente como se resolve uma situação-problema, pois como as condicionantes na origem se alteram rapidamente, amanhã, a questão já será outra, e  portanto, as soluções terão que ser distintas. Não há como solucionar problemas novos, provocados por causas novas, com métodos antigos.

De acordo com Rayon,  surgem, então, elementos essenciais a esta nova fase processual da educação:
·        
Mudança do foco no ensino para o foco na aprendizagem.

Aprendizagem centrada no estudante, apoiada na tecnologia da informação.

Sistema de acompanhamento e orientação constante, com métodos avaliativos processuais.
·        
Professor com atributos de orientador das atividades opcionais e obrigatórias selecionadas para o itinerário pretendido pelo aluno.

Estrutura docente com mais tempo de dedicação ao aprendizado.

Professor posicionado como gestor do processo de aprendizagem do estudante.

·         Portabilidade - aluno gestor do seu conjunto de competências adquiridas.


Como você se vê frente a essas tendências pedagógicas? Você se sente preparado para ensinar e para aprender, neste novo contexto? 

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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Brasileiro com espírito empreendedor

Entre tantos títulos conquistados pelo Brasil, há um especial, conquistado no último ano, é o de maior taxa empreendedora entre os países integrantes do G20.
Isso mostra que a performance brasileira vem crescendo e melhorando. Em 2009, a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial – TEA - do Brasil havia sido de 15,3%, ocupando a segunda posição no grupo do G20. Hoje, o Brasil (17,5%), está à frente da China (14,4%), Argentina (14,2%), Austrália (7,8%), Estados Unidos (7,6%) e Rússia (3,9%), o que nos estimula e anima muito, pois nos faz acreditar em uma nação independente e soberana para o futuro.

A conquista supracitada, publicada na11ª edição da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2010)1, divulgada pelo Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) , considerou a população entre 18 e 64 anos. Isso significa que 21,1 milhões de brasileiros exerceram atividade empreendedora ano passado.

Elisa Corrêa, em um artigo que publicou na Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, de abril de 2011, aponta o resultado de uma pesquisa sobre a melhor idade para se tornar empresário, portanto, empreender. A ideia do artigo foi promover uma discussão sobre qual a melhor fase da vida , considerando-se os prós e contras em cada uma delas, para se decidir sobre o próprio negócio.

O estudo apontou os mais velhos como os mais propensos a assumirem projetos inovadores e mais prédispostos a assumirem riscos.  O que afasta o ânimo de investidores inovadores é que o índice de probabilidade de sucesso de um empreendimento inovador é de difícil avaliação.

Nesse caso, o conselho do Sebrae parece ser o mais adequado para vencer a insegurança e empreender: “Não pense que existe solução fácil. O caso de quem deu certo de primeira e está crescendo 300% ao ano é exceção, existem um ou dois. Empreender não vai te deixar rico da noite para o dia, tenha você 18 ou 62 anos, mas, com certeza, vai te fazer mais feliz”.

Mas, o que tudo isso tem a ver com a gente, em Tubarão e com o sul de Santa Catarina?

Tem a ver com a eminente necessidade que temos, por viver em uma região estagnada economicamente, mas que vem recebendo investimentos estruturantes, em especial investimentos que permitem a formação de um completo modal logístico integrado, que por si só não exercerá qualquer influência sobre a agregação de valor e renda à região. Entretanto, associado a iniciativas empreendedoras com graus distintos de inovação, poderá gerar incrementos de negócios, alguns de alta complexidade e conhecimento tecnológico altamente especializado, criando, então, empregos com alto valor agregado, e, com isso, impulsionar fortemente a renda regional para cima.

Por essa razão é que a característica criativa do povo brasileiro e as potencialidades de infraestrutura instaladas e que se estão instalando na região sul de Santa Catarina fazem com que a população local, de modo especial o jovem - de espírito e mente-  encoraje-se e assuma a liderança, frente a essa imperiosa necessidade de investir e implementar novos e vigorosos negócios regionais.

Então, o que quero e provoco com este post é que você que me acompanha, seja criativo, estude, descubra novas oportunidades e invista em ser dono de seu próprio negócio e de seu destino.

Que tal, vamos entrar nessa onda e vencer, construindo nosso próprio futuro?


Um grande abraço e até a próxima semana.


1- GEM é realizado no exterior desde 1999, e no Brasil desde 2001. É coordenado pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e pelo Sebrae. Para realizar a pesquisa no Brasil, foram entrevistados 2 mil pessoas de maio a julho de 2010 em 27 cidades brasileiras em todas as regiões do País. No mundo a pesquisa entrevistou mais de 180 mil pessoas em 60 países.

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Uma alternativa de caminhada pedagógica para a educação brasileira


A comunidade universitária regional, em especial a da Unisul, vive, em termos acadêmicos, um momento feliz.

Trata-se da conclusão, esta semana, de mais uma etapa do processo de construção do novo modelo acadêmico para a Universidade, pautado nas premissas conceituais de educação permanente, por toda a vida.

O Projeto Acadêmico de UnA e as Diretrizes Acadêmicas para Graduação constituem-se em dois importantes documentos estruturantes e norteadores para a implementação do modelo acadêmico que se pretende para a Unisul.

Ambos os documentos sintetizam o esforço empreendido por docentes e pesquisadores da área acadêmica, agrupados nas quatro áreas de conhecimento instituídos na Unisul e expressam os pensamentos que lançam luz sobre a política educacional em que a Unisul acredita para a qualificação da formação científica, acadêmica e cidadã de seus alunos, durante toda a vida deles.

Dentre algumas ideias-chave utilizadas nesses documentos e exposições sobre eles, dando a exata dimensão da construção que essa caminhada proporcionará, destacam-se:
·         processos de ensino e de aprendizagem ocorrendo a partir da pesquisa e da extensão;
·         planejamento das ações acadêmicas integradas na origem;
·         flexibilidade e dinamicidade nas alternativas de composição dos currículos de vida;
·         processos formativos integrados e interdisciplinares;
·         reconhecimento e validação dos itinerários pessoais e externos ao mundo escolar;
·         mobilidade acadêmica integrando as trajetórias formativas do aluno.

Todo o processo garante o envolvimento gradual da comunidade universitária  na construção do itinerário e da trajetória de formação universitária, o que impõe uma ampla, completa e profunda transformação da Universidade que hoje conhecemos. Por isso, é fundamental buscar conhecer a que nível de envolvimento e integração cada integrante das diversas comunidades que constituem a Universidade está disposto.

Você, aluno, professor, futuro aluno, por exemplo, está se integrando através da participação efetiva neste processo?

Está disposto a se envolver e a se comprometer com a construção desta caminhada?

Quero muito conhecer seu ponto de vista no espaço deste Blog. Participe e contribua com a construção estruturante de seu próprio futuro.

Um abraço e até a próxima.

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Fórum Parlamentar Catarinense: eficaz ou mais um encontro?

O Fórum Parlamentar Catarinense, realizado na última semana, no sul de Santa Catarina, como conceito, sem dúvida, foi uma iniciativa interessante e bem legal. Afinal, atraiu diversas lideranças interessadas nos assuntos regionais.

Entre as autoridades políticas que se manifestaram, ao meu gosto, destacam-se apenas três. A deputada Carmem Zanoto, que mostrou comprometimento e entendimento das questões segmentadas do grupo que assume representar, ou seja, da saúde, apelando pela defesa da aprovação da emenda parlamentar 29, que regula o setor.
 
O Senador Paulo Bauer, que assumiu compromissos com a pauta de interesse das universidades comunitárias, mostrando estar atento e alinhado com as prioridades do assunto para as instituições de ensino superior catarinense, o que é bom, para todos os catarinenses.
 
Ainda entre as autoridades, por integrar a mesa como anfitrião, o prefeito de Tubarão, Manoel Bertoncini, também mostrou-se eficaz e conectado, ao dedicar parte de sua manifestação para apelar pela priorização, na pauta parlamentar, das discussões e deliberação sobre a reforma fiscal, como premissa para encaminhamento de todos os outros problemas das políticas públicas.

Outros que se destacaram, sem contudo estarem entre as autoridades principais, foram o prefeito Beto Martins, de Imbituba, que mostrou pleno conhecimento da estruturação regional, ao apontar a relevância e estratégia de voltar as atenções para o epicentro de desenvolvimento regional, a partir das pendências para plena operação comercial do Porto de Imbituba. Destacou-se também o empresário Murilo Bortoluzzi que, ao apresentar o Projeto da via Serra Mar, parte da estratégia dos Encantos do Sul, mostrou profundo conhecimento e entendimento das questões regionais estruturantes prioritárias.

Mas, como nem tudo são flores, por outro lado, o Fórum perdeu, e perdeu muito, pela escolha de um cerimonial (se é que havia) e ritualística, ultrapassados, velho e tacanhos, que procurou, unicamente demonstrar poder e autoridade, pela prioridade da fala. Isso, matou e mata qualquer iniciativa com cunho de aproximação e participação popular efetiva. Pois põe o cidadão, que quer participar, em segundo plano, até na ordem de falar.

A pauta, invertida em relação à importância das reflexões e manifestações, como se fosse uma pirâmide de cabeça para baixo, priorizou as falas, na etapa inicial – que durou mais de duas horas - aos parlamentares federais presentes (8 deputados e 1 senador), o que transformou o encontro em um chato e cansativo monólogo, sem profundidade alguma,  com manifestações muito rasantes em relação a complexidade e importância dos temas para o desenvolvimento regional.
 
Mais chato mesmo, e feio para os parlamentares, foi que ao passarem a palavra aos representantes empresariais e comunitários, assim que estes começaram a falar, os deputados e o senador – exceto o Celso Maldaner e Carmem Zanoto – se dispersaram, começando conversar assuntos paralelos e se dedicando ao cafezinho – afinal já se iam quase duas horas e meia de Fórum, e ninguém é de ferro - o que atrapalhou aos presentes, que procuraram, respeitosamente, acompanhar o pensamento e o raciocínios dos que ainda falavam e falariam. Alias, ponderações muito relevantes e significativas foram manifestadas pelas lideranças e representantes empresariais e sociais da região. Pena, que a eles, os parlamentares não deram ouvidos.

No fundo mesmo, foram estas lideranças regionais, empresários e dirigentes de entidades locais, que salvaram as horas investidas na participação do Fórum Parlamentar Catarinense, mesmo tendo ficado para se manifestarem no final do evento, quando muitos já haviam desistido e voltado para suas casas. Ou seja, nem tudo foi ruim. Não foi total perda de tempo, talvez tenha sido um tempo mal empregado.

Frente a este cenário, o que você pensa do papel, da atuação e  da postura dos seu representantes políticos, na esfera municipal, estadual e federal? Eles têm cumprido com os compromissos que assumiram ao se candidatarem? Eles têm prestado contas e dado satisfação a você e a todos nós, sobre o desempenho e a performance deles em nossa representação? Gostaríamos, todos que visitam este Blog, de conhecer a opinião de cada um de nós.

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

No Brasil que bate recordes de produção agrícola, há 21 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.

Presidi, com muita honra, semanas atrás, a sessão solene de colação de grau da turma de Agronomia 2010/B. Foi um evento solene, festivo e emocionante, mas que também serviu para uma reflexão entre os oradores e o público presente sobre as carências públicas em relação às políticas agrícolas, agrárias e do agronegócio.

O orador da turma formando Ricardone de Souza Neto, o paraninfo, professor Sílvio e eu abordamos as responsabilidades, os compromissos, as oportunidades e a amplitude de atuação profissional na área agrícola nacional.

Discutimos as políticas nacionais para o segmento agrícola e do agronegócio,  os crescentes níveis da produção de grãos, o acelerado processo de evolução tecnológica, os efeitos do desenvolvimento sobre a devastação ambiental e o impacto sobre as alterações climáticas, as possibilidades de inclusão social pela geração de emprego e renda na área rural, mas também o violento processo de exclusão social que a exploração do trabalho agrícola promove por todo o país, em especial nas regiões potencialmente rurais.

Um dos enfrentamentos fundamentais a serem assumidos pelos novos e comprometidos profissionais das áreas agrárias consiste na discrepância entre a injusta concentração de latifúndios, alguns improdutivos, nas mãos de poucos ruralistas e a necessidade do trabalhador rural migrar para as cidades -o famoso êxodo rural- em busca de melhores condições.

Buscamos chamar a atenção dos que prestigiavam a conclusão de mais uma etapa do ciclo de vida daqueles jovens formandos, para a incoerência e até inconsistência que cerca o Brasil. Nesse mesmo país que atinge recordes constantes de produção de grão, mais de vinte milhões de brasileiros vivem economicamente abaixo da linha de pobreza. Não possuem renda, ou ela é muito baixa e, por isso, recebem do governo subsídios financeiros, de recursos sociais, juntamente com cestas básicas e medicamentos.

 Se por um lado, durante as reflexões provocadas, lembramos a profundidade e a complexidade dos desafios que precisam ser enfrentados, por outro, lembramos também aos presentes que os 28 mais novos engenheiros agrônomos têm o domínio pleno e consistente das bases conceituais e introdução a práticas profissionais que lhes permitem atuar como agentes sociais ativos na transformação dessa realidade, com iniciativa empreendedora e competência técnico-científica capazes de mover a realidade para patamares mais justos e nobres. 

Fica, então, a questão, para a qual gostaria de ter a sua colaboração: como e com que olhos você vê essa situação, mais especialmente, que realidade se vê a outros olhos, e, com que alternativas se prevê a solução dessa realidade?

Um abraço forte a até a próxima semana.

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