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terça-feira, 22 de abril de 2014

Por nossas cidades melhores, para as pessoas

Na última semana participamos do 1º Seminário Nacional de Mobilidade Urbana, promovido pela Câmara dos Deputados, através da Comissão Especial de Mobilidade Urbana, constituída para viabilizar o Plano Nacional de Mobilidade Urbana. A Comissão é presidida pelo deputado catarinense Ronaldo Benedet, e caracteriza-se por uma iniciativa necessária para melhorar o lugar onde vivemos, moramos e trabalhamos: as cidades.

Ficou evidenciada a distância entre o real e o desejável para atender ao mínimo necessário para que as cidades, o entorno delas e os meios de acesso aos equipamentos instalados, sejam efetivos. Eles estão obstruídos, e não há garantia de acesso mínimo aos brasileiros, aos equipamentos públicos de usos comuns.

Um dos participantes, um ciclista, chamou-nos atenção para que, antes de tudo, o Plano assegure o básico, as questões e condições mínimas de acesso das pessoas aos diversos espaços.

Como exemplo, ele citou os portadores de necessidades especiais, que tem garantido acesso, contudo, ele se dá de forma parcial, e não universalizada nas cidades. Portanto, se a mobilidade não permite o deslocamento pleno, de um lugar a outro, ela não é efetiva, é restrita e está obstruída.

O ciclista expôs ainda uma caso, dos próprios ciclistas, relatando a dificuldade de transitar em uma cidade plana, usando o exemplo de Criciúma, em que o deslocamento é disputado com os veículos, leves e pesados, que transitam pelos centros urbanos. Quando os veículos são vencidos e o deslocamento superado, no destino, em geral, não há bicicletários ou vestiários apropriados para o ciclista recompor-se na chegada.

Em 2007, ao lançarmos o Plano Diretor Físico do Campus de Tubarão, já destacávamos questões como estas, alertando que as ações de mobilidade precisam ir para além das previsões legais. Elas devem garantir acesso pleno aos espaços e também aos conteúdos neles disponíveis, pois do contrário, não haverá garantia de acesso assegurado.

Enfim, por um lado a Lei, em parte velha, sistematizada em um único Plano Nacional, de outro, as deficiências estruturais e obstáculos, desde os mínimos, que impedem o livre acesso das pessoas aos equipamentos públicos de uso comum.

Desta realidade, nossa conclusão e as considerações que deixamos ao Seminário e ao Relatório da Comissão, de forma geral foram as seguintes:

1. Garantia plena de acesso aos portadores de necessidades especiais aos equipamentos públicos de uso comum e aos espaços diversos nas cidades.
2. Revitalização dos equipamentos públicos, em especial nos centros antigos das cidades, valorizando-se o acesso das pessoas.
3. Replanejamento das cidades, possibilitando reorganização dos espaços apropriados para as pessoas trabalharem, estudarem, divertir-se e morarem, tudo no mesmo bairro ou micro região.
4. Privilegiamento do acesso das pessoas aos equipamentos sem utilização de veículos, ou preferencialmente com bicicleta, veículos coletivos de fácil locomoção.
5. Reprogramação da matriz logística de transporte nacional, privilegiando o transporte fluvial, ferroviário, rodoviário e aéreo.
6. Redesenhar o fluxo, integrando os equipamentos e potencialidades por toda região litorânea (macro maquete litorânea).

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terça-feira, 15 de abril de 2014

Queridos companheiros deste canal de comunicação,

Excepcionalmente esta semana, em função do feriado prolongado em comemoração da semana santa, não postaremos novos conteúdos. Na próxima terça-feira estará no ar normalmente um novo e interessante post, abordando o Seminário Nacional de Mobilidade Urbana.

Abraço e excelente feriado a cada um.

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quarta-feira, 9 de abril de 2014

O petróleo e a Petrobras são nossos!

O final dos anos de 1940, após a segunda Grande Guerra Mundial e com o fim da ditadura do Estado Novo, o Brasil ficou marcado por uma forte campanha nacionalista que estimulava o sentimento de pertencimento do petróleo nacional ao povo brasileiro. Este período e a campanha nacionalista entraram para a história a partir do slogan: “O petróleo é nosso!”. Esta foi uma campanha que mobilizou a nação.

Agora, setenta e três anos depois, a nação volta a mobilizar-se em torno do tema petróleo, contudo, mobilizada pelo sentimento de desapropriação por alguns, daquilo que é de todos, ou seja, roubaram os brasileiros. Roubaram-nos nosso maior símbolo de autonomia e independência, roubaram-nos a Petrobras. Aliás, primeiro a depredaram para depois roubá-la.

Na década de 40, a campanha nacionalista tinha um note: “Para os setores nacionalistas, a independência econômica deveria ser um complemento da liberdade política trazida pelo movimento democratizante e isto só seria possível com a exploração do petróleo brasileiro, um grito de guerra lançado na década de 30...”. Nada muito diferente do que a campanha populista deste governo ao promover os recordes consecutivos da Petrobras, ao celebrar cada nova plataforma com tecnologia nacional construída, e ao festejar, mesmo sem obter uma única gota de petróleo (ainda), a tecnologia de perfuração profunda e a descoberta do pré sal.

O caso mais recente que envergonha aos brasileiros, por nossa maior companhia nacional, foi a compra (que deveria nos orgulhar) de 50% das ações da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos por US$ 360 milhões, seis meses após ela ter sido adquirida pelos vendedores ao Brasil, por US$ 46 milhões. Como se já não bastasse a lucratividade que a companhia de Pasadena teve em menos de um ano, a Petrobras obrigou-se a pagar outros US$ 56 milhões por impostos diversos.

Em 2012, seis anos após tornar-se sócia da Refinaria de Pasadena, a Petrobras, forçada pela cláusula de put option (comum em contratos societários de grandes companhias), obrigou-se a adquirir a outra metade da empresa, passando a custar-lhe US$ 1,2 bilhões, por uma empresa, que sete anos antes foi ao mercado, avaliada por US$ 46 milhões.

Mas Pasadena não foi a única compra super mega faturada pela Petrobras, outra refinaria no Japão recebeu a mesma metodologia de análise e compra, os investimentos nas obras de construção e ampliação das refinarias no Brasil (Abreu e Lima) são a mesma coisa.

O fato é que a Petrobras está endividada, amargando grandes prejuízos, desvalorizando-se no mercado de ações e captando, cada vez mais, no mercado financeiro para superar os constantes déficits de caixa.

O que você, que como eu não viveu a era do “Petroléo é nosso”, pensa sobre a dilapidação de nosso principal patrimônio nacional?

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terça-feira, 1 de abril de 2014

A morte da inovação

Queridos acompanhantes deste ambiente virtual, nesta semana quero nos provocar a pensar e tomara que os estimule a discutirmos, por que as empresas encontram dificuldades para executar novas ideias?

Provavelmente todos nós, em determinado momento, já nos frustramos, vendo ideias de inovações fenomenais, sendo vencidas pelo conservadorismo e pelo medo de inovar. Quem, entre nós, já não deparou-se ao apresentar uma possibilidade de inovação, com o clássico questionamento: “...vou fazer o papel do advogado do diabo...”.

Estas são situações que matam, na origem, a possibilidade de implementação de qualquer boa iniciativa inovadora. Elas frustram. Abomine-as!

Um dos primeiros ensinamentos para que as inovações tenham chance de prosperar, é separar-se os procedimentos e rotinas ligadas à operação, que precisam garantir a eficácia e o desempenho organizacional, seguindo rotinas de tarefas previsíveis e repetitivas, traduzidas em produtividade, das atividades estratégicas ligadas ao desenvolvimento de novas possibilidades de tecnologias, processos e procedimentos, que deem à organização outra dinâmica, mais eficaz e com maior produtividade.

Percebam que tratam-se de processos completamente diversos. Inovar impõe a inclusão de testes de criatividade e mudanças diversas de procedimentos e processos. Isso gera improvisação e inconsistência, o que é incompatível com ritmo e produtividade, como lembra Irani Cavagnoli.

Justamente por isso, que a inovação é indesejável aos que tem, simultaneamente, a responsabilidade de executar, garantindo a eficiência da operação. Dai, que atribuir ambas as responsabilidades – produzir e inovar – ao mesmo grupo, sob a mesma liderança, põe à inovação o prenuncio da morte anunciada, mais que isso, vai matando também a iniciativa inovadora na organização.

O fato é que, de acordo com Cavagnoli: “O delineamento de um modelo de gestão da inovação depende de um profundo conhecimento do ambiente interno: estratégia, cultura, estrutura, processos, pessoas, etc. de cada empresa e das características do ambiente geral e competitivo em que está inserida”.

E na organização em que você trabalha ou dirige, como as possibilidades, a cultura e o clima de inovação são tratadas e geridas?

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