Pesquisar este blog

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Perfil e Preferências do Jovem de 16 a 30 anos

Uma pesquisa realizada para Federação Internacional de Universidades Católicas (Fiuc)1, coordenada pela socióloga Rosa Aparicio Gómez, com 17 mil jovens com idades entre 16 e 30 anos de 34 países, entre eles o Brasil, em cinco continentes, apontam que universitários preocupam-se mais com conquistas pessoais do que com vida em sociedade.

Percebeu-se que quanto mais desenvolvido o país, menor a preocupação dos jovens universitários pelo social. Os jovens pesquisados na África demonstraram maior preocupação com o social que os entrevistados na Europa.

Os jovens se motivam ao ingressar na Universidade pelos seguintes estímulos:
•    91% dos entrevistados se motivam por conquistar um trabalho;
•    43% se motivam a ingressar na universidade pelo gosto pelo estudo;
•    25% motivam-se pela vontade de obter uma melhor posição social;
•    18% dos entrevistados citaram motivar-se pela necessidade de ser útil à sociedade.

O cruzamento desta resposta com os aspectos mais importantes nas vidas dos jovens entrevistados indicou:
•    Que a família é o aspecto mais importante para 94% dos universitários;
•    Estudo é o aspecto mais importante para 44% deles;
•    Amigos, foi a escolha para 43% dos entrevistados, e;
•    Para 33% as preocupações com o futuro apareceu como aspecto mais importante para suas vidas.

Entre os aspectos menos importante na vida dos universitários estão:
•    Religião, para 21%;
•    Trabalho, para 19%;
•    Lazer é menos importante para 6%;
•    O país apresenta menor relevância para 5% dos universitários entrevistados, e;
•    A política tem menor importância para 1% deles.

A pesquisa explorou qual o projeto de vida dos universitários para uma projeção de 15 anos:
•    Trabalho foi o projeto preferido para 62%;
•    Formar uma família para 45%;
•    Fazer um curso de pós-graduação constitui-se no Projeto preferido para 41% dos universitários;
•    Ganhar dinheiro foi a escolha preferida para 30% dos entrevistados.

O que os universitários menos se preocupam quando projetam 15 anos em suas vidas é:
•    8 % não se preocupam em trabalhar para uma sociedade mais justa;
•    5% não pensam em envolver-se em projeto social;
•    3% não indicam interesse em participar de grupos religiosos;
•    2% não vêm interesse em atuar em grupos político.

Aspectos relacionados ao uso da Internet também foram investigados no estudo, e sobre esta dimensão da pesquisa identificou-se que:
•    94% dos entrevistados indicam passar mais tempo relacionando-se através dos ambientes virtuais que com amigos;
•    50% deles indicaram preferir criar personagens virtuais, com os quais se relacionam.

Os sentimentos dos jovens universitários para com as instituições que foram avaliadas, recebendo notas entre zero e cinco. Os resultados indicaram:
•    As relações e sentimentos com as instituições educacionais receberam melhores notas, com 4,1;
•    As instituições religiosas, organizações não governamentais e bancos empataram em 3,7.

As instituições que receberam as piores notas foram:
•    Polícia com 2,8;
•    Governos 2,3, e;
•    Políticos com nota 1,9. 

Dos resultados obtidos, a pesquisadora concluiu por um perfil que indica uma postura cética com certo grau de individualismo entre os jovens universitários.

Os recortes feitos da pesquisa em relação aos jovens brasileiros pesquisados apontam que o perfil do jovem brasileiro está na média das constatações obtidas neste estudo, o que o aproxima mais do perfil identificado entre os jovens universitários de países emergentes do que ao perfil dos jovens latino americanos. 

Estes resultados, por suas características permitem, a partir deles, fixar determinadas estratégias de comunicação promocional e publicitária com os jovens nesta faixa etária, não só universitários. Permitem orientar as estratégias de relacionamento para atração. Aumentar a taxa de conversão de prospect para clientes é criar estímulos à fidelização. Permite, ainda, com grande precisão orientar a estruturação dos produtos e serviços, além de direcionar as estratégias para as políticas para fixação de modelos de organização.

Na universidade, a formatação dos cursos e dos serviços acadêmicos, como em qualquer outra organização de serviços que atuam com este público, não é distinto e se não estiver se adequando a atender este perfil, tende a estar prestes a entrar em uma curva de declínio na procura por seus serviços e produtos.

Pense nisso. Aja de forma estratégica.


1 publicado no Estadão on line, caderno de educação, do dia 26 de julho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário