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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Olimpíadas em Londres: e o desempenho do Brasil?

Fim das Olimpíadas em Londres: e o desempenho do Brasil?

O mundo assistiu nas últimas duas semanas, diretamente de Londres e ao vivo, a um evento de dimensões mundial: Olimpíadas 2012.

Do Brasil, foram 259 atletas classificados para 32 modalidades. 40% destes recebem Bolsa Atleta do governo brasileiro. Dentre estes, a bandeira subiu ao mastro, e o Hino do Brasil foi ouvido nos estádios por 17 vezes – três ouro; cinco prata; e, nove bronze - duas medalhas a mais do que foi conquistado na edição anterior das Olimpíadas em Pequim. Este resultado nos deixou em 22° colocado no ranking geral de classificação nesta Olimpíada.

Para as paraolimpíadas, que acontecerão agora, logo em seguida, embora sem a mesma visibilidade por parte da mídia de massa, serão 189 atletas, entre os quais 80% deles recebem apoio financeiro através da Bolsa Atleta, e que talvez, também obtenham resultados muito parecidos com os obtidos nas Olimpíadas de Pequim.

Enfim, este é um bom ou mal resultado?

Com este resultado que obtivemos nas Olimpíadas, há estímulo a comemoração e à motivação para atração de mais substanciais patrocínios e apoio à pratica esportiva de alto rendimento?

Desde 2005, quando foi criado o Programa de Bolsa Atleta, o Governo do Brasil já investiu no Bolsa Atleta, que de alguma maneira garante apoio à pratica desportiva de alto rendimento, R$ 285 milhões.

No Brasil, além do Bolsa Atleta, outros Programas como o 2° Tempo ou recursos provenientes de renuncia fiscal, destacam-se no apoio e estimulo à prática dos esportes em nível de alto rendimento. Além dos Programas públicos, em nível federal, outros programas nos demais níveis de governo complementam apoio aos brasileiros que apresentam potencial de desenvolvimento nas diversas modalidades  esportivas, que somam-se aos escassos patrocínios e apoio provenientes da iniciativa privada.

Daí é possível inferir que sem apoio financeiro e estímulo, não é possível criar uma nação olímpica campeã. Desta conclusão, a hipótese certa é que sem investimento de longo prazo, desde a base, não se consegue formar um atleta de alto rendimento, com índice olímpico.

Considerando-se que nosso país é uma nação continental, com uma das maiores concentrações populacionais do Mundo, somos naturalmente um excelente celeiro de atletas. Por outro lado, de atleta a um medalhista olímpico, há uma distância muito significativa a ser percorrida.

Dados estatísticos sinalizam que 10% daqueles que praticam esportes com dedicação plena, atingem potencial para alto rendimento, e destes, entre 10% e 20% é que atingem potencial olímpico. Ou seja, 2% das pessoas jovens, que se dedicam por quase duas décadas é que alcançam o objetivo de disputarem o rankeamento olímpico.

Daí a responsabilidade social, além da disponibilidade de recursos financeiros, de investir na formação de atletas de alto rendimento e com potencial olímpico, para representar uma nação. 

Afinal, para um jovem que se dedica por 15 anos à prática desportiva, ao descobrir que não tem potencial de alto rendimento e olímpico, o que fazer? Pra onde orientá-lo?

O Governo Brasileiro tem convicções claras sobre esta responsabilidade. O Governo sabe que para posicionar-se entre as maiores potências mundiais do esporte, é necessário um planejamento muito detalhado. Pois esta posição, não se viabiliza do dia para a noite. O fundamento é o planejamento na base e a proteção dos nossos atletas desde o início da carreira, com plano detalhado.

O objetivo governamental, para que se obtenha melhores desempenho, em especial em 2016 no Brasil, é promover uma assistência melhor para os atletas, com a criação de instrumentos como a Bolsa-Técnico, o Plano Medalha e a melhoria dos equipamentos da infraestrutura esportiva.

Para mim, isso por sí só não é suficiente. Desde 2003, motivado pelo técnico Bernardinho, com o Renan Dalzoto e o Giovane Gavio, viemos idealizando e recomendando que principalmente as universidades assumam, patrocinadas por recursos de fundos, público e privado, o desenvolvimento de uma geração olímpica. 

No contexto de um Programa de formação da geração olímpica , além da preparação do atleta para boa performance na modalidade, há um tratamento à preparação do cidadão. Preocupação com os aspectos psicológico, nutricional, formação acadêmica e profissional, proporcionam uma sólida base para o trabalho, cidadã e solidária, que complementa o atleta e o prepara, para o caso dele ao longo da carreira, não consiga atingir em plenitude a formação para alta performance esportiva, com potencial olímpico.

E você, que consideração tem sobre estas reflexões e sobre o desempenho brasileiro nestas Olímpiadas que encerraram-se no último domingo?

7 comentários:

Anônimo disse...

Valter, sobre a 'geração olímpica" eu me lembro muito bem, nas entrevista que fiz com vc, que desde aquela época esta era uma ideia que vc defendia e ainda defende, claro. Escutei muitas críticas sobre o desempenho dos atletas brasileiros.A minha resposta era: vc faria melhor? Bom, eu não. Acho que as condições oferecidas aos nossos atletas está infinitamente abaixo dos que eles precisam em termos de patrocínio, tecnologia de ponta, etc, etc... Eu vejo que a Unisul é uma universidade que sempre incentivou o esporte e que vê no jovem um potencial a ser investido em todos os aspectos, favorecendo uma melhor formação não só profissional. Abraço Cilene

Matheus Madeira disse...

Vejo evolução no desempenho do quadro de medalhas, mas ele precisa ser uma consequência, e não um fim. O fundamental é que tenhamos acesso ao esporte e às mais diversas modalidades.

O fato de o Brasil ter evoluído no seu desempenho em modalidades "periféricas" como boxe, handebol e ginástica artística parece mostrar que há adpatações a se fazer no modelo olímpico, mas que ele não está totalmente errado.

Rafael Meyer disse...

Querido Gurú, excelente reflexão sobre o cenário esportivo nacional. Reflito apenas o seguinte: só sabemos dar valor para esportes aonde o atleta vira moeda? Tal como fazemos no Futebol, Basquete, Volei... onde os atletas são comercializados, logo o esporte têm mais atração social. Acredito que uma Nação Olímpica só irá nascer quando a socidade entender os outros benfícios de uma nação multiesportista.

Anônimo disse...

Caro Valeter,

Acredito que o desempenho seja condizente com as condições oferecidas aos atletas brasileiros. Grande parte dos resultados são de atletas que estão no nível profissional, e/ou atuam fora do país. Outras, por sorte e persistência, vem de atletas em que as condições de treinamento retratam a desiguldade social do país.
Caminhos para tornarmos um país olímpico? Temos: o investimento maciço no desporto escolar, através de atividades esportivas no contraturno da e na própria escola; investimentos na infraestrutura dos espaços esportivos que devem ser na escola; reforço na qualificação dos Profissionais de Educação Física (treinamentos, cursos de atualização, clínicas); pagamento justo para os Professores; criação dos centros de detecção e aperfeiçoamento de atletas (núcleos pequenos dotados de equipe multidisciplinar, laboratórios, alojamentos, escolas), e, por fim garantia de pagamento a atletas e técnicos de bolsas financeiras e de estudos.
As estruturas públicas (piscinas, ginásios, pistas etc, etc) não devem ser construídas em áreas públicas, e, sim, junto a Clubes recreativos, escolas, igrejas, etc para que as parcerias sejam realizadas e fiscalizadas de forma adequada.
Precisamos também, lançar as bases culturais para essa mudança de comportamento, pois os resultados só são cobrados após os eventos, e, nunca no transcorrer do desenvolvimento do processo.

Poderíamos estar ainda discorrendo sobre o assunto, mas acredito que isso deva ocorrer nos fóruns municipais de esporte, prática que deveria ser corriqueira nas cidades brasileiras para planejarmos o que queremos ser efetivamente, e, que política esportiva nossa população quer.

Abraços,

Moacir Juncklaus

André Luiz Salvalaggio da Silva disse...

O Brasil, como sempre, não foi bem nas Olimpíadas e corre o risco de fazer igual nas olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, com cerca de 200 milhões de habitantes e seu desempenho em Londres foi aquém do desejado.
A falta de compromisso das autoridades com o esporte brasileiro e, principalmente com o desporto na educação básica, pode ser a resposta do desempenho do Brasil nas Olimpíadas.
Tem que ser investido, principalmente, na educação básica, pois não tem como desvincular o sucesso do esporte com a educação de qualidade. Por isso insisto em abrir os olhos daqueles que têm o “poder” nas mãos, é preciso investimentos em projetos com seriedade e compromisso.
Com o atual sistema de ensino, principalmente o público, não conseguiremos nos colocar a altura dos países de primeiro mundo. O Brasil precisa investir na educação básica, é na escola que descobrimos os talentos de amanhã, tanto na Ginástica, no atletismo, nas lutas, enfim em todos os segmentos do esporte e da ciência.
Agora, como preparar talentos no esporte com um modelo de educação que oferecemos em nosso país? Onde, muitas vezes, o aluno vai a escola forçado pelos seus pais e frequentam instituições onde oferecem educação de meio período, com professores desestimulados, com salários irrisórios, “atolados” de atividades e deveres, na maioria das vezes, sem qualificação. Este é um modelo ultrapassado de ensino. Qual escola do nosso estado possui estrutura física com piscinas, pista de atletismo, sala de lutas e ginástica? Os países que estão sempre no topo do quadro de medalhas, oferecem educação integral e de qualidade aos seus alunos.
O momento é de reflexão, o que queremos para as olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016? Quantas medalhas esperamos ganhar? O que vai ser feito de planejamento para isso?
Agora é hora de ter ATITUDE.
Brasil!!

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Lamentavel. A Etiopia empatou conosco

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