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terça-feira, 28 de agosto de 2012

APOSTANDO NO ATRASO


Colegas que me acompanham neste Blog. Esta semana, mudarei um pouco a lógica da linha editorial que sempre adoto. Trocarei os textos com opiniões próprias, por um alerta, sério, de um homem justo, que por esta razão, preocupa-se com o futuro do futuro, pois alerta, de certa forma, para o descaso para com a educação. Abaixo, o texto, sintetizado em alguns trechos, do meu irmão Antônio do Carmo Ferreira. Espero que todos, como eu, reflitam sobre as reflexões às quais ele nos incita.

A todos nós, boa leitura e reflexão:

"Pelo cargo que ocupo, cuido para não me revelar em sendo um ser medroso, o que, realmente, não sou. Mas, nada obstante estar sempre reiterando esse sentimento para mim mesmo, confesso que, ultimamente, tenho tremido um pouco, diante das notícias veiculadas, com insistência, dando cobertura ao desejo de alguns parlamentares da geração de mais uma cota de favorecimento ao ingresso na universidade pública. Desta feita, para o estudante que tenha cursado o ensino médio na escola pública. Entre as assombrações de que já tenho ouvido falar, esta me parece a maior delas.

No âmbito das universidades federais tem se desenvolvido um esforço danado para que seus objetivos sejam alcançados em grau de excelência. (...) A universidade federal deve estar preocupada com essa assombração da possibilidade de ingresso em seu corpo discente de candidatos sem a devida porosidade para absorção do conhecimento ao nível e na intensidade ali ensinado.

O comentário gira em torno de que a universidade pública estaria povoada de estudantes vindos do ensino médio na escola privada, onde teriam recebido ensino de qualidade suficiente para atender às exigências do vestibular. Enquanto que o propósito inicial de sua existência era o de acolher o filho da família sem condições favoráveis ao pagamento do ensino superior. Estaria ocorrendo o contrário (pelo menos é o que se diz): dado que encontrar-se-iam ganhando as vagas os candidatos oriundos  de famílias que têm ótimas condições financeiras na comunidade, tanto que puderam cursar os melhores colégios particulares. É preciso conferir isto.

Essa história de 50% das vagas de ingresso nos cursos superiores das universidades federais serem reservadas para candidatos que cursaram o ensino médio em escola pública carece de uma análise mais acurada, antes de sua conversão em lei. Pois a sanção dessa iniciativa em lei agride o esforço universitário, ao tempo em que coloca sob o tapete o lixo que como tal tem sido apresentada a educação pública no que tange ao ensino médio.

“A questão que sobressai da inaceitável proposição é a tentativa de mascarar a maior tragédia nacional. Trata-se da falência da escola pública. Incapaz – por omissão e negligência – de oferecer ensino de qualidade para a maioria da população, o Estado avança contra a universidade num jogo de faz de conta que só trará prejuízo para a concretização do sonho de figurar entre as potências do século 21”, afirmou-me outro dia um analista político, com especialidade em gestão da educação pública.

A obrigação nacional e o respectivo compromisso têm direção certa e devem ser perseguidos sem essas assombrações e sinuosidades. A luta é pela melhoria da qualidade da educação pública, hoje pessimamente referida, quando não reprovada nos fóruns internacionais de avaliação. O esforço deverá ser desenvolvido pela qualificação do nosso ensino médio, de modo que os que o cursarem sejam aprovados nas competições, e não pelo afrouxamento ou as escâncaras das portas universitárias para os mesmos.

Vejamos como as forças do mal não dormem! Em vez de se dar urgência à aprovação do PNE 2012 e de se converter em lei o projeto de responsabilidade educacional que são as alavancas da melhoria da qualidade da educação pública, vem-se com essa tentativa de enganação.
(...) alerta! Pois as forças do mal sempre estiveram indormidas e, pelo que se vê, continuam apostando no atraso."

Qual sua opinião sobre a Reflexão proporcionada pelo Ferreira? Compartilhe. Todos gostaríamos de conhecê-la.

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