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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Você se sente seguro?

Se você reside e tem seus familiares vivendo na região da Amurel, em especial em Tubarão, não deveria. Ao contrário, deveria estar apavorado, uma vez que vivemos em uma das regiões mais violentas do país, segundo dados estatísticos de homicídios por 1.000 habitantes.

Dados internacionais apontam 15,5 homicídios por 1.000 habitantes o máximo, para considerar uma região no limite aceitável de violência controlada, se é que é possível considerar os aspectos da violência algo controlável.

Vamos, então, aos dados sobre a violência em nossa região, para que cada um dos que acompanham este Blog possa fazer seu próprio juízo de valor sobre a sensação de segurança, que viver no sul do estado proporciona.

Optamos pelos dados comparativos entre 2009/2010:


ANO
AMUREL
TUBARÃO
2009
23
10
2010
38
15


Percebam que, de acordo com os dados internacionais, os índices registrados na região nos colocam nos padrões de uma região violenta, e, o que é mais grave, os índices na região são crescentes e acelerados. Este ano, até o mês de abril, portanto, no primeiro quadrimestre do ano, já foram 24 homicídios, ou seja, idêntico ao registrado em todo o ano de 2009 (12 homicídios/1000 habitantes, na Amurel).

E aí, o que tem sido feito para reverter essa situação que afeta a imagem da região, mas acima de tudo afeta o sentimento psicológico das pessoas em relação à segurança, além de lançar, sobre o futuro, a preocupação sobre como será a vida dos nossos netos em relação à disputa entre o bem e o mal? Parece que o mal, nesta guerra, vem vencendo.

Essa realidade nos faz questionar sobre o que vem sendo feito pelas autoridades públicas, em especial pelas autoridades da segurança pública?

Para começo de conversa, é importante lembrar que essa é uma responsabilidade das autoridades estaduais que, até o momento, têm se mostrado incompetentes e irresponsáveis nessa luta. Por outro lado, não significa que por ser uma atribuição dos órgãos estaduais, as forças locais, inclusive as autoridades, deixem de fazer sua parte para combater, sempre que possível, preventivamente, a origem da violência.

Neste sentido, diversas discussões foram realizadas. Projetos sob a liderança das forças vivas, das entidades, das representações empresariais, através das associações comerciais e associações industriais têm demonstrado preocupação com o grau de insegurança com que estamos vivendo. Apesar disso, parece que pouco tem sido efetivado.


Não se trata, de inaugurar novas vagas em presídios, ou instalar dezenas de câmeras de segurança – ambos ainda não supridos na região da Amurel, exceto as câmeras em Imbituba– mas não são, em definitivo, soluções que resolvam, na origem, o problema. 

O que precisamos, de fato, é que o Estado entre e permaneça nas regiões mapeadas como violentas. Precisamos desenvolver e implementar atividades inclusivas, que sejam, em especial para os jovens, mais interessantes que a atratividade proporcionada pelos criminosos. Há necessidade de criarmos estímulos à geração de emprego e renda aos pais e aos jovens.

Precisamos que a sensação de impunidade seja substituída pela certeza de que  a criminalidade é punida com rigor, enquanto a participação e a postura de correção é valorizada social e economicamente.

Em síntese, o que procuramos lançar aqui é o desafio de que o importante e o estratégico é a inclusão social e econômica, é a presença do estado em todas as comunidades. É a criação de possibilidades sociais, culturais, esportivas e de lazer, que envolvam e atraiam, especialmente, os jovens.

Sendo assim, deixo aqui mais uma pergunta a todos: E você, cada um de vocês, como pode colaborar com esta cruzada contra a violência?

Conte-nos, neste blog, e aja, aí, em sua comunidade.

2 comentários:

Fabio Luis Griebner disse...

Valter, penso que a origem deste problema que vivemos é essencialmente educação. Não educação acadêmica, mas aquela educação para o respeito ao próximo, aos mais velhos, pais e avós. Aquela que você e eu recebemos quando crianças, mas que as gerações mais novas em geral não estão recebendo. Falta atitude exemplar dos pais em casa, coisa que pouco encontramos nos lares hoje em dia. Veja que é uma causa simples de ser tratada, mas que não depende do governo. Depende de cada um. Vagas no presídio, leis mais duras, câmeras de vigilância, isso tudo é remédio para o sintoma e não para a causa da doença. Não que não sejam importantes, mas é apenas a morfina para o paciente que está agonizando em dor, ou seja, assim que retirada a morfina, a dor volta. Temos que atuar na causa e não no sintoma. Precisamos de uma geração que volte a conhecer o real sentido de palavras como por favor, obrigado, com licença, saber ouvir um não e aceitá-lo. Este, penso eu, seria o caminho correto.

Josilane disse...

Concordo com você Valter, a educação é a base para se ter uma sociedade justa e segura. Mas devemos lembrar que o emprego também é um fator importante, já que sem emprego muitos chefes de família ficam impotentes de proporcionar uma base firme, onde possam educar e alimentar adequadamente seus filhos. Portanto temos que unidos, comunidade e governo, colaborar com o desenvolvimento da nossa sociedade. Responsabilidade Social é um dever de todos e quando conseguirmos pensar e agir como uma grande família, onde um ajuda o outro, teremos uma sociedade mais justa e segura.

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