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segunda-feira, 18 de julho de 2011

O frágil futuro econômico de Santa Catarina

Estudos da Secretária de Estado da Fazenda, liderados pelo secretário Ubiratan Resende e  encaminhados ao Governo Federal, dão conta de um futuro econômico, em termos de estabilidade e geração de receitas, preocupante para o estado e com reflexos para o País.
O jornalista Moacir Pereira, repercutiu este estudo em seu Blog na última semana, e nós, pela relevância dos fatos ali abordados, entendemos adequado fazê-lo também neste Blog, de circulação em outros meios distintos dos pelos quais circulam, em geral, as notas do Moacir Pereira.
Espero, que todos que nos acompanham sintam-se informados e lhes permitam, a partir destas informações, se posicionarem para melhor enfrentar os desafios que vem ai pela frente.
Neste sentido, boa reflexão a todos nós e como sempre, espero os comentários e as sugestões para construirmos junto um conceito melhor sobre o tema abordado.
“O cenário econômico do Estado de Santa Catarina, atualmente, é bastante preocupante ”, revela o relatório sobre o Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal e suas perspectivas para o período 2011/2013, que o secretário da Fazenda, Ubiratan Rezende remeteu ao governo federal.   O documento tem 54 páginas e faz uma análise sobre as dificuldades enfrentadas pela economia estadual.
          O principal problema está na falta crescente de competitividade no mercado nacional e também no plano internacional.
          O secretário Rezende tem sido apontado como a trincheira mais dura dentro do governo em todas as negociações com os professores em greve, pela irremovível posição contrária ao aumento das despesas com o funcionalismo este ano.  Entre outros motivos, seus prognósticos nada otimistas sobre desdobramentos da crise econômica.   Está convencido de que ela vai estourar no Brasil no final deste ano e início de 2012, com efeitos muito mais graves sobre a economia catarinense.
         - A indústria têxtil catarinense, no que não difere da indústria têxtil brasileira-  diz o relatório remetido a Brasilia –  enfrenta a forte concorrência de produtos asiáticos. Com efeito, os estados brasileiros têm feito esforços na busca de, ao menos, manter este importante setor industrial, via de regra, reduzindo a carga tributária, pois o efeito de uma quebradeira teria uma dimensão social muito importante, dado que se trata de um setor industrial que emprega um grande contingente. Mas, incentivos tributários não são suficientes para compensar o preço baixo dos produtos importados. Essa realidade deve-se ao custo reduzido, sobretudo de mão-de-obra, aos ganhos de produção em larga escala e a investimentos na modernização do parque industrial, fatores que colocam a indústria asiática em evidente vantagem quando comparada com a indústria têxtil catarinense.”  
       O mesmo problema ocorre na indústria metal mecânica:  “O cenário não é menos preocupante para a indústria metal mecânica. Os elevados custos de transporte do aço, da usina até a indústria, reduzem significativamente a competitividade de indústrias localizadas em estados distantes de usina de aço. Para compensar esse custo adicional os estados adotam a prática de concessão de benefícios fiscais. Ocorre que as indústrias tornam-se dependentes desses benefícios, sem os quais não tem condições de competir. Registre-se, ainda, que se trata de um setor exportador e que as dificuldades de competitividade no âmbito interno assemelham-se às verificadas no mercado internacional.”
       Angústias que se repetem em relação aos criadores de aves e suínos e a toda a cadeia produtiva rural:  “O setor agroindustrial, que coloca o Estado de Santa Catarina como o maior produtor nacional de suínos e segundo na produção de aves, apresenta semelhante dificuldade devido ao fato de que nosso Estado não é auto-suficiente na produção de insumos. Isso se explica pela característica de solo catarinense que não permite lavouras de grande extensão, necessárias à produção de grãos, especialmente milho e soja. O sistema catarinense de produção pecuária com integração é modelo para o país, mas devido à necessidade de estar próxima da produção de insumos, as indústrias têm mostrado uma tendência de investir em outros estados, preferencialmente nos grandes produtores de grãos.”
         Idênticos dilemas registram-se no setor moveleiro, cuja crise é até anterior às adversidades verificadas em outros segmentos produtivos.
        As perdas do setor industrial nos últimos anos,em termos de receita estadual, foram compensados pelos incentivos às importações. Só em 2010, o ICMS teve incremento de 693 milhões de reais em importados, o que representou 6,5% da arrecadação.
       O secretário indica como caminho para neutralizar estes efeitos, uma forte política de incentivo à modernidade do parque industrial catarinense e brasileiro.

Um comentário:

Eduardo Ventura - " O NARRADOR DE TODAS AS TORCIDAS " disse...

Num curto periodo passaremos por grandes dificuldades economicas se algumas situações nao forem concluidas no nosso estado, a conclusao da BR 101(LENDA) e as duplicações da BR 470 e 280, o gargalho dessas estradas trava o desenvolvimento da algumas regiões que estao atrasadas no caso do sul do estado. Alguma medida deve ser tomada o mais breve possivel pois o desenvolvimento de nosso estado passa infezlimente por rodovias.Isso que nos não citamos o Porto de Imbituba e Aeroporto de Jaguaruna, molas propulsoras do desenvolvimento regional.

Forte abraço !

Eduardo Ventura

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