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quarta-feira, 9 de abril de 2014

O petróleo e a Petrobras são nossos!

O final dos anos de 1940, após a segunda Grande Guerra Mundial e com o fim da ditadura do Estado Novo, o Brasil ficou marcado por uma forte campanha nacionalista que estimulava o sentimento de pertencimento do petróleo nacional ao povo brasileiro. Este período e a campanha nacionalista entraram para a história a partir do slogan: “O petróleo é nosso!”. Esta foi uma campanha que mobilizou a nação.

Agora, setenta e três anos depois, a nação volta a mobilizar-se em torno do tema petróleo, contudo, mobilizada pelo sentimento de desapropriação por alguns, daquilo que é de todos, ou seja, roubaram os brasileiros. Roubaram-nos nosso maior símbolo de autonomia e independência, roubaram-nos a Petrobras. Aliás, primeiro a depredaram para depois roubá-la.

Na década de 40, a campanha nacionalista tinha um note: “Para os setores nacionalistas, a independência econômica deveria ser um complemento da liberdade política trazida pelo movimento democratizante e isto só seria possível com a exploração do petróleo brasileiro, um grito de guerra lançado na década de 30...”. Nada muito diferente do que a campanha populista deste governo ao promover os recordes consecutivos da Petrobras, ao celebrar cada nova plataforma com tecnologia nacional construída, e ao festejar, mesmo sem obter uma única gota de petróleo (ainda), a tecnologia de perfuração profunda e a descoberta do pré sal.

O caso mais recente que envergonha aos brasileiros, por nossa maior companhia nacional, foi a compra (que deveria nos orgulhar) de 50% das ações da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos por US$ 360 milhões, seis meses após ela ter sido adquirida pelos vendedores ao Brasil, por US$ 46 milhões. Como se já não bastasse a lucratividade que a companhia de Pasadena teve em menos de um ano, a Petrobras obrigou-se a pagar outros US$ 56 milhões por impostos diversos.

Em 2012, seis anos após tornar-se sócia da Refinaria de Pasadena, a Petrobras, forçada pela cláusula de put option (comum em contratos societários de grandes companhias), obrigou-se a adquirir a outra metade da empresa, passando a custar-lhe US$ 1,2 bilhões, por uma empresa, que sete anos antes foi ao mercado, avaliada por US$ 46 milhões.

Mas Pasadena não foi a única compra super mega faturada pela Petrobras, outra refinaria no Japão recebeu a mesma metodologia de análise e compra, os investimentos nas obras de construção e ampliação das refinarias no Brasil (Abreu e Lima) são a mesma coisa.

O fato é que a Petrobras está endividada, amargando grandes prejuízos, desvalorizando-se no mercado de ações e captando, cada vez mais, no mercado financeiro para superar os constantes déficits de caixa.

O que você, que como eu não viveu a era do “Petroléo é nosso”, pensa sobre a dilapidação de nosso principal patrimônio nacional?

Um comentário:

Prof. Meyer disse...

Querido Guru, acabasse de postar um dos assuntos que mais me revolta como cidadão... o governo federal, com sua síndrome de majestade onipotente e onipresente, mais uma vez consegue destruir uma instituição que tinha muito valor. E nesse caso, estamos falando de uma instituição que levou Décadas para construir sua história e vê agora, em poucos anos, sendo estuprada por uma má e incompetente intervenção federal. E que fiquem todos sabendo, as maiores consequências não serão para nós... mas sim para nossos filhos, netos e bisnetos, que verão essa conta ser paga com amargos juros.

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